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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Oficina de turbantes une ancestralidade, tradição e empreendedorismo


 

Oficina de turbantes une ancestralidade, tradição e empreendedorismo feminino em Salvador


Voltada prioritariamente para baianas de acarajé e de receptivo da cidade de Salvador, a oficina “Artes e Ofícios: Amarração de Turbantes”, vai muito além da estética. Na manhã desta terça-feira (2), cerca de 30 alunas participaram da capacitação que acontece na sede da Associação Nacional das Baianas de Acarajé e Mingau, Receptivo e Similares (Abam), na Praça da Cruz Caída, no Pelourinho. A atividade, que faz parte do programa Afroestima, segue até a próxima quinta-feira (4), terá ainda uma segunda turma, de 8 a 11 de setembro.


Executada pelo Instituto Iris, em parceria com o Conselho Britânico e a Prefeitura de Salvador, a oficina foi pensada especialmente para as baianas de acarajé, guardiãs de uma tradição reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil. O projeto não apenas preserva elementos estéticos e simbólicos dessa identidade, mas também cria oportunidades de fortalecimento do empreendedorismo feminino, oferecendo às participantes uma nova ferramenta de trabalho e geração de renda.


O turbante, símbolo ancestral e espiritual, ganha também um papel de destaque no campo do empreendedorismo criativo. O aprendizado de diferentes tipos de amarrações possibilita que as mulheres multipliquem o conhecimento, ofereçam oficinas, ensinem outras pessoas e até criem negócios a partir dessa prática. Além disso, o acessório sagrado desperta interesse entre turistas que visitam Salvador, tornando-se também uma oportunidade comercial para as baianas de receptivo e de acarajé que já ocupam lugares de visibilidade na cidade.


A professora Laís dos Santos ressaltou a importância do turbante como um elo entre tradição, identidade e sobrevivência. “Ensinar a fazer turbante é importante porque precisamos fortalecer nosso pertencimento. É uma herança africana e também uma estratégia de resistência e beleza. Hoje eu faço o que gosto, e estar aqui é honrar a minha ancestralidade e empoderar outras mulheres pretas para que possam viver bem e viver felizes daquilo que fazem”, afirmou.


Esse aspecto da autonomia também foi reforçado pela baiana de acarajé Angelice Batista, do Jardim de Alah, que destacou o impacto prático do curso. “O turbante é uma coroa que nos dá equilíbrio. Cada amarração carrega um design, uma identidade. Para nós, mulheres pretas, é muito importante porque fortalece quem somos e também abre novas oportunidades de negócio. A partir daqui, podemos ensinar outras pessoas, vender nossos serviços e aumentar nossa visibilidade”, contou.


Para Andréa dos Santos Silva, técnica de enfermagem e baiana de acarajé, a oficina trouxe clareza de que o turbante é também uma ferramenta de emancipação. “Não é só um pano na cabeça. Existe uma história e também uma oportunidade. Muitas mulheres encontram nesse aprendizado uma forma de abrir caminhos, seja agregando valor ao trabalho com o acarajé, seja criando novas formas de empreender. Aqui nós nos sentimos empoderadas e reconhecidas. Isso fortalece não só a autoestima, mas também a possibilidade de independência financeira”, afirmou.


Tradição – Em Salvador, a presença das baianas vai muito além da culinária. Com seus tabuleiros de acarajé e suas roupas marcadas por saias rodadas, rendas e turbantes e fios de conta, elas são ícones da cidade e parte fundamental do seu receptivo turístico. São símbolos vivos da tradição afro-brasileira, que encantam visitantes e fortalecem a identidade cultural local. O uso do turbante, em especial, é um marco visual que comunica ancestralidade, pertencimento e resistência, mostrando ao mundo a riqueza cultural da capital baiana.


Durante sua palestra, a professora Laís evidenciou ainda que o turbante é, ao mesmo tempo, estética, espiritualidade e oportunidade. “Cada dobra do tecido carrega um significado ancestral e agora,também a chance de abrir novas portas para as mulheres que o aprendem a confeccionar. Assim, a oficina se consolida como um espaço de fortalecimento do empreendedorismo feminino e de valorização das baianas como protagonistas da história, da economia criativa e da cultura de Salvador”, finalizou.



Foto: Bruno Concha / Secom PMS

 Secom PMS


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