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segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Círio de Nazaré e a COP 30 dão luz à culinária amazônica!

 


Círio de Nazaré e a COP 30 dão luz à culinária amazônica! Chef ensina a preparar os pratos mais famosos



São Paulo, outubro de 2025- Dois grandes eventos colocam a Amazônia em destaque no cenário nacional e internacional: o tradicional Círio de Nazaré e a aguardada COP 30, que será realizada em Belém em novembro de 2025. Além de movimentarem a economia e o turismo, ambos também trazem à tona um dos maiores patrimônios culturais brasileiros: a gastronomia amazônica, rica em história, sabores e saberes ancestrais.

 


Entre os pratos que mais ganham destaque nesse período estão Pato no Tucupi, Arroz Paraense e Maniçoba, verdadeiros ícones da culinária paraense. As receitas, que unem ingredientes nativos e técnicas tradicionais, são ensinadas pela chef Alinne Barros, responsável pela cozinha da Prática Belém e referência no uso de produtos regionais.

 


“A gastronomia amazônica é única, autêntica e biodiversa. Ela reúne práticas e técnicas que nasceram da floresta, dos rios e da agricultura local, combinando tradições indígenas, caboclas, africanas e europeias. Na nossa cozinha nada se desperdiça: raízes, folhas, cascas e sementes são aproveitados, resultando em uma culinária sustentável e profundamente conectada à natureza”, explica Alinne Barros.

 


Segundo dados da Embrapa, a Amazônia concentra mais de 220 espécies alimentares nativas utilizadas na culinária tradicional e contemporânea, sendo a mandioca a base de grande parte delas. Da mandioca brava, por exemplo, extraem-se a farinha, o tucupi, o beiju, a goma e a maniva, ingredientes fundamentais para os pratos mais emblemáticos da região.

 


Durante o Círio de Nazaré, realizado sempre no segundo domingo de outubro, é comum que famílias inteiras se reúnam para preparar e compartilhar essas receitas, mantendo viva uma tradição que atravessa gerações. “A maniçoba é um símbolo afetivo para quem é do Pará. Lembro da minha mãe preparando o prato todos os anos antes do Círio. Ela dizia que ainda não estava pronta, só para não deixarmos acabar antes da festa. Depois que ela se foi, assumi o preparo — e com ele, a lembrança mais bonita que tenho desse período”, relembra a chef.

 


Com a COP 30, Belém também deve ganhar ainda mais visibilidade internacional, atraindo chefs, jornalistas e turistas curiosos pelos sabores locais. A expectativa é que o evento ajude a consolidar o Pará como destino gastronômico do Brasil, valorizando ingredientes como o tucupi, o jambu, o cumaru e o puxuri, considerados verdadeiros tesouros da floresta.

 


“Temos tantos ingredientes que é até difícil escolher qual explorar mais. O cumaru, conhecido como a ‘baunilha amazônica’, e o puxuri, com aroma intenso e notas de especiarias, têm enorme potencial para conquistar o mundo. Eles traduzem o que a nossa cozinha tem de mais sofisticado e natural”, destaca Alinne.


A chef compartilha abaixo o passo a passo de três pratos tradicionais que celebram essa culinária ancestral:

 


Maniçoba


Tempo de preparo: 7 dias

Rendimento: 25 porções


Ingredientes:

2 kg de maniva triturada (folhas da mandioca brava já moídas) • 500 g de charque • 500 g de costelinha de porco salgada • 500 g de costela de porco defumada • 500 g de bucho • 300 g de bacon • 300 g de lombo de porco • 3 paios fatiados • 3 chouriços em rodelas • Folhas de louro • Pimenta-de-cheiro • Pimenta-do-reino • Cheiro-verde ou coentro • 1 cabeça de alho • Sal a gosto (somente no final).


Modo de preparo (resumido):


Cozimento da maniva: refogue alho, cebola, pimenta-de-cheiro, louro e bacon, adicione a maniva e cozinhe em fogo baixo por cerca de 5 dias, mantendo sempre coberta por água. O cozimento prolongado é essencial para eliminar o ácido cianídrico da mandioca brava.

Preparo das carnes: no quinto dia, dessalgue as carnes e refogue-as com temperos. Acrescente à panela da maniva e cozinhe por mais 2 dias, sempre completando com água.

Finalização: refogue alho e cebola, junte à maniçoba e cozinhe por mais 4 a 6 horas, até as carnes ficarem macias e o sabor bem encorpado. Ajuste o sal no final. Sirva quente, acompanhada de arroz branco, farinha d’água e pimenta-de-cheiro.

A dica da chef: “A maniçoba fica ainda mais saborosa no dia seguinte — o sabor das carnes penetra melhor, e a textura fica perfeita. É tradição preparar com antecedência para servir durante o Círio.”

 


Pato no Tucupi


Tempo de preparo: 3 horas

Rendimento: 6 porções


Tempo de preparo: cerca de 3 horas

Rendimento: 8 porções


Ingredientes:

Para o pato: 1 pato inteiro (aprox. 2,5 kg) cortado em pedaços • Cachaça (para lavar e tirar o pitiú, cheiro forte característico) • Sal e pimenta-do-reino a gosto • 4 dentes de alho amassados • 1 cebola grande picada • 1 maço de cheiro-verde (coentro, chicória-do-Pará e alfavaca) • Azeite ou banha para dourar.

Para o tucupi: 2 litros de tucupi puro (já fervido e coado) • 3 a 4 dentes de alho amassados • 3 a 4 folhas de chicória-do-Pará • 1 maço de jambu limpo (folhas e talos).


Modo de preparo (resumido):


Temperar o pato: lave os pedaços com cachaça, tempere com sal, pimenta, alho, cebola e cheiro-verde. Deixe marinar por 2 horas (ou de um dia para o outro).

Dourar e assar: doure os pedaços em azeite ou banha, leve ao forno médio (180 °C) por 1h30 até ficarem macios e dourados.

Preparar o tucupi: ferva o tucupi com alho e chicória por 20 minutos. Adicione o jambu e cozinhe até as folhas ficarem tenras e levemente adormecentes.

Finalização: junte o pato ao tucupi quente e deixe ferver tudo junto por 15 minutos.

Sirva o Pato no Tucupi bem quente, acompanhado de arroz branco, farinha d’água e molho de pimenta-de-cheiro.


A dica da chef: “O tucupi e o jambu são ingredientes que contam a história da Amazônia. O segredo é respeitar o tempo de preparo e o ponto do tucupi, que deve sempre ser fervido para liberar seu sabor autêntico e seguro.”



Arroz Paraense


Tempo de preparo: 1 hora

Rendimento: 10 porções


Colorido e aromático, o Arroz Paraense leva camarão seco, jambu e tucupi, formando uma combinação que reflete a riqueza dos rios e da terra amazônica. É servido como acompanhamento do pato no tucupi ou da maniçoba, mas também pode ser o protagonista da refeição.,

A dica da chef: “Um fio de tucupi por cima do arroz pronto realça ainda mais o sabor e traz aquele toque típico da floresta.”


Ingredientes:

• 1 kg de arroz branco

• 4 colheres (sopa) de azeite de oliva ou banha

• 3 dentes de alho amassados

• 1 cebola grande picada

• 1 kg de camarão seco (dessalgado e limpo)

• 2 maços de jambu cozido e picado

• 1 litro de tucupi fervido

• 1 pimenta-de-cheiro picada (sem sementes)

• ½ maço de cheiro-verde (chicória-do-Pará e coentro)

• Sal a gosto

• Água quente


Modo de preparo:

Comece refogando no azeite o alho, a cebola e a pimenta-de-cheiro até dourarem levemente. Junte o camarão seco e refogue por alguns minutos até liberar aroma. Acrescente o cheiro-verde, misture e reserve. Em outra panela, refogue o arroz cru com um pouco de azeite e alho, adicione o tucupi e complete com água quente, temperando com sal. Cozinhe até o arroz ficar macio e soltinho. Quando estiver quase pronto, misture o jambu picado e o camarão refogado, adicionando um pouco mais de tucupi para deixar o arroz úmido e saboroso.


Dica: finalize com um fio extra de tucupi e sirva acompanhado de peixe grelhado, pato no tucupi ou maniçoba, combinação perfeita da culinária amazônica.

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