Mostra Teatro de Cabo a Rabo 2025 apresenta espetáculos de Ilhéus, Vitória da Conquista, Feira de Santana e Vale do Capão
Realizado pelo Teatro Vila desde 2002, o projeto promove o intercâmbio com artistas e grupos residentes do Interior da Bahia, incluindo também oficinas e bate-papos. De 22 a 26 de outubro, no Museu de Arte da Bahia
Em programação cultural intensa no Museu de Arte da Bahia, através do programa O Vila Ocupa o MAB, o Teatro Vila Velha realiza mais uma edição da Mostra Teatro de Cabo a Rabo, de 22 a 26 de outubro, tanto com programação gratuita quanto com valores a preços populares. Valorizando a produção contemporânea das artes cênicas do Interior do estado, o projeto homenageia em 2025 os 30 anos do Teatro Popular de Ilhéus (TPI), criado por Echio Reis, que também fundou o Vila em 1964. Ambos, espaços de formação, criação, conhecimento e difusão, que trazem na sua essência a circulação de ideias e saberes, em constante diálogo com a sociedade.
O Teatro Popular de Ilhéus (TPI) abre a programação no dia 22 de outubro, às 19h, em dose dupla de celebração dos seus 30 anos: com apresentação do espetáculo “Borépeteĩ.Uno”, palavra que na língua tupi significa “o que contém tudo e está contido em tudo”. A montagem propõe a retomada do sentido de humanidade e a capacidade dos seres humanos de ver para além do que a vista alcança. Na mesma data, a Mostra Teatro de Cabo a Rabo faz o pré-lançamento das coletâneas da editora TPI “Arquivos da cena - 30 anos de dramaturgia” (com peças de Équio Reis e Romualdo Lisboa) e “Terreiro do brincar - teatro para infâncias” (com peças de Romualdo Lisboa). Estes eventos têm entrada gratuita.
Nessa sequência, o Teatro Popular de Ilhéus propõe uma oficina gratuita que tem como público preferencial pessoas que tenham assistido ao espetáculo, com o título Desmontando “Borépeteī.Uno”. Dirigida por Romualdo Lisboa com a participação do elenco, a atividade demonstra por dentro os processos criativos do TPI, suas técnicas e estéticas, através das seguintes etapas: alongamento e aquecimento; pulsação da cena; o corpo e a voz; partituras corporais; apresentações e cumprimentos; perguntas e curiosidades. Dia 23/10, das 09 às 13h, no Museu de Arte da Bahia. Inscrições gratuitas on-line através do link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeKzCTsuIXoCLWBY0wZrkr2zhtLdMzZ_oTMlx3oGdZfA00C3Q/viewform
FALA VILA Teatro de Cabo a Rabo
A Mostra Teatro de Cabo a Rabo 2025 promove também bate-papos através do Fala Vila, projeto criado em 1994 pelo Teatro Vila Velha para discutir temas politicamente relevantes nos mais diversos setores da sociedade – e especialmente do cenário artístico e cultural. Nesta edição da mostra, o Vila realiza mais dois encontros, com os seguintes temas:
- Fala Vila: Sustentabilidade além da(o) capital – com mediação de Wanderley Meira e a participação de Júlia Lorrana (Cia. Única de Teatro), Yoshi Aguiar (Grupo Finos Trapos), Ninha Almeida (Oca das Artes) e Romualdo Lisboa (Teatro Popular de Ilhéus/TPI); dia 23/10, às 19h, no Auditório do MAB | Museu de Arte da Bahia. Entrada gratuita.
- Fala Vila: O caminho é em rede? – com mediação de Fernanda Paquelet e as participações de Lara Torrezan (PAVIO) e Gilberto Morais (Rede de Teatro do Velho Chico). Dia 24/10, às 17h, no Auditório do MAB | Museu de Arte da Bahia. Entrada gratuita.
ESPETÁCULOS da Mostra Teatro de Cabo a Rabo 2025
“Borépeteĩ.Uno” – Teatro Popular de Ilhéus (TPI) TEATRO POPULAR DE ILHÉUS
Dia 22 de outubro, às 19h, no Museu de Arte da Bahia.
Entrada gratuita*
Com texto de Romualdo Lisboa e tradução para o tupi de Consuelo Costa e Katu Tupinambá, o espetáculo Borépeteĩ, que na língua tupi significa uno (o que contém tudo e está contido em tudo), é uma montagem do Teatro Popular de Ilhéus que propõe a retomada do sentido de humanidade, e a capacidade dos seres humanos de ver para além do que sua vista alcança. Diante da distopia que o país viveu nos últimos anos, quando pensamentos reacionários, exercícios de autoritarismo e cultos à desinteligência dominaram o cotidiano, o TPI apresenta um experimento cênico que evidencia a potência dos povos originários. Vídeo do espetáculo: https://www.youtube.com/watch?v=TmKzLWw_al0
A montagem traz no elenco Tânia Barbosa, Elane Nascimento, Aldenor Garcia, Pablo Lisboa, Guilherme Pessoa e Ely Izidro como técnico atuador, participações em vídeos e áudios de Katu Tupinambá, Cacique Ramon, Nádia Akawã, Pytuna, Îagwara e Casé Angatu. Com direção musical e composições de Pablo Lisboa, edição e montagem de vídeos de Carlos Ortlad, direção de movimento de Luis Alonso-Aude, preparação vocal de Antônio Melo, figurinos, adereços, cenário e dispositivos cênicos de Shicó do Mamulengo, direção de Romualdo Lisboa e Luís Alonso-Aude. O espetáculo é uma parceria do Teatro Popular de Ilhéus com o Observatório Astronômico e Núcleo de Artes da Universidade Estadual de Santa Cruz.
*sujeito à lotação do espaço.
Espetáculo “Néu Amistrongui e o Jegue Apolo" – Grupo Finos Trapos – Vitória da Conquista
Dia 24/10, às 15h, no Museu de Arte da Bahia.
Ingressos pelo Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/112015
“Néu Amistrongui e o Jegue Apolo" é o primeiro espetáculo de bonecos do Grupo de Teatro Finos Trapos. A peça narra a história de Néu, um jovem nordestino que descobre na literatura a possibilidade de viajar até a Lua. Determinado, e acompanhado de seu fiel jegue, Apolo, ele embarca nessa experiência de criar sonhos. Inspirado pelas obras de Mário Cravo Jr. e Silvio Jessé, este espetáculo utiliza elementos visuais do imaginário nordestino para transmitir um profundo sentimento de pertencimento e valorização cultural à comunidade de Vitória da Conquista, Bahia.
FICHA TÉCNICA
Yoshi Aguiar - Diretor, Iluminador, Cenógrafo, Ator/Manipulador de Bonecos
Daisy Andrade - Coordenação de Produção, Atriz/Manipuladora de Bonecos
Vinícius Martins - Ator/Manipulador de Bonecos
Tomaz Mota - Sonoplasta e operador de som e luz.
O SALTO - Oca das Artes – Vale do Capão/Chapada Diamantina
Dia 25/10, às 17h (sessão com tradução em libras) e às 19h30 – no Museu de Arte da Bahia. Ingressos pelo Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/111889/d/343516/s/2328603 ou no local, na bilheteria do evento.
“O Salto” é um solo autobiográfico que atravessa memórias, corpo e território. Livremente inspirado na infância de Ninha Almeida no Vale do Capão (Chapada Diamantina/BA), o espetáculo evoca o universo rural e simples em que a artista cresceu, despertando lembranças que se desdobram em cena como poesia física. Com o equilíbrio em arame como técnica circense central, a obra transita entre o teatro, a dança e a música, criando composições cênicas que misturam delicadeza e potência. Em um corpo que desafia o risco e ressignifica o espaço, emergem temas como o empoderamento feminino, a consciência ambiental e a presença de um corpo negro em constante travessia.
Criado após uma especialização em arame na Escola de Circo L’Académie Fratellini, em Paris – com apoio do Edital Mobilidade Artística 2019 da Secult-BA – o espetáculo propõe uma dramaturgia do equilíbrio e do instante. Atemporal e provocadora, O Salto é rito e movimento; é memória que se faz presente, é arte que desafia o chão. Reconhecido com os seguintes prêmios: “Prêmio Quali Cult” (2021), “FUNARTE – Estímulo ao Circo” (2021), “Festival de Teatro Solos da Bahia” (2021) e Prêmio Braskem de Teatro na categoria Revelação.
FICHA TÉCNICA: Intérprete, artista circense e atriz: Ninha Almeida / Direção artística: Lucas Mariani
Produção: Tâmara Guerra / Comunicação e produção: Ive Farias / Sonorização: Diego Oliveira
Iluminação: Diego Besse / Trilha sonora: Ari Vinicius e participações
Espetáculo “AKOKO LATI WA NI - Tempo de Ser” – Cia. ÚNICA de Teatro (Feira de Santana)
Dia 26/10, às 17h e às 19h30, no Auditório do Museu de Arte da Bahia.
Ingressos pelo Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/111963/d/343670/s/2329044 ou no local, na bilheteria do evento.
O espetáculo conta a história de Dofona, Dofonitinho e Famo, três yawôs e estudantes de teatro às vésperas de montar a peça de formatura. Em busca de respostas sobre seu próprio tempo de vida e existência, eles vão ao terreiro de Candomblé pedir à sua yalorixá que pergunte a Iroko, o orixá do tempo, como é possível ter tempo para ser. Jovens, negros, e alvo de um genocídio estrutural, sua jornada gira em torno da pergunta essencial: como envelhecer? Como escapar das balas do racismo e viver uma vida plena, para além da lógica do ter?
Nessa corrida pela vida, eles mergulham em suas identidades negras, guiados pela sabedoria da yalorixá. Confrontam a professora Clássica figura que representa um teatro colonizador e encontram-se com Iroko. Através de música, dança, teatro e poesia, a dramaturga Onisajé constrói uma narrativa afromítica, no que denomina como Macumdrama, dentro da poética do Teatro Preto de Candomblé. Vídeo do espetáculo: https://www.youtube.com/watch?v=KR2N0m1LGT8&list=RDKR2N0m1LGT8&start_radio=1
FICHA TÉCNICA:
Elenco: Aninha Pinheiro, Júlia Lorrana, Júnior Dias / Dramaturgia e Direção: Onisajé
Assistência de Direção, Direção de Movimento e Preparação Corporal: Fabíola Nansurê / Direção Musical e Trilha Sonora: Jarbas Bittencourt / Direção de Arte: Guilherme Hunder / Desenho de Luz: Nando Zâmbia / Operação de Luz: Ângelo Máximo / Operação de Som: Liu Silva / Consultoria em Acessibilidade e Tradução em Libras: Sérgio Portto / Registro Fotográfico: Gabriel Lima
O VILA OCUPA O MAB: Seguindo o movimento de expansão e conexão, o Teatro Vila Velha ocupa o Museu de Arte da Bahia com apoio financeiro do IPAC, fortalecendo os espaços culturais da cidade.
Para ficar atualizado e bem informado sobre todos os eventos e projetos, acesse o instagram @teatrovilavelha e o site teatrovilavelha.com.br e acompanhe as novidades da programação.
O Teatro Vila Velha conta com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.
SOBRE O TEATRO VILA VELHA
Com mais de 60 anos de história (completados em 31 de julho de 2024), o Teatro Vila Velha é um dos mais importantes e inovadores espaços de difusão artística do Brasil. Fundado em 1964 pela Sociedade Teatro dos Novos, está localizado no Centro de Salvador BA. Tem como missão fomentar a criação artística coletiva e comprometida com a reflexão e o respeito à diversidade. O Vila mantém intensa programação presencial e virtual, tem seus próprios programas de formação artística - a universidade LIVRE, que já revelou grandes nomes da arte nacional, e o Pé de Feijão que inicia crianças, adolescentes e professores no universo das artes da cena - e recebe espetáculos e artistas do mundo inteiro. Atualmente, o Vila começa a passar por uma reforma financiada pela Prefeitura de Salvador. Por essa razão, deu início ao programa ‘O Vila Ocupa a Cidade’, uma série de ações, criações e colaborações que mantém o Teatro Vila Velha atuante e presente, ao longo de 2024 e 2025, em diversos outros teatros e espaços culturais. A marca de um espaço sempre em experimentação, formação artística e constante diálogo com a sociedade.




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