Guirlandas: do ritual ancestral europeu ao símbolo de boas-vindas do Natal contemporâneo
Elemento decorativo ganha destaque na temporada natalina por sua forte carga simbólica, que atravessa séculos e se reinventa nas tendências atuais.
Quando se fala em Natal, há a lembrança de vários símbolos. E nenhum símbolo nasce por acaso: ele surge de uma necessidade profundamente humana de representar afetos, narrativas e pertencimento. Entre esses elementos, a guirlanda ocupa um lugar especial: uma tradição que antecede o cristianismo e que, ainda hoje, significa acolhimento e proteção. A análise é de Antônio Terra, professor dos cursos de Publicidade e Marketing da Una.
Segundo o professor, diferente do presépio, cuja origem remete ao século XIII com São Francisco de Assis, a guirlanda nasce de rituais europeus antigos, ligados ao ciclo da natureza. “É um símbolo essencialmente pagão, associado à colheita, às mudanças das estações e à proteção da casa. Colocar uma guirlanda na porta marcava passagem e boas-vindas”, explica. Era um gesto simples e poderoso, que transformava a entrada das casas em um espaço de transição e acolhimento.
Com o passar dos séculos, o cristianismo incorporou esse símbolo, ressignificando dentro da narrativa natalina. A guirlanda, então, tornou-se esse “abraço visual” que hoje ornamenta portas, paredes e fachadas no mês de dezembro. Mais do que um adorno, ela representa abertura, hospitalidade e conexão com o espírito comunitário característico do período.
Assim como outros ícones do Natal, as guirlandas acompanham as transformações culturais e estéticas do mercado ao longo do tempo. De acordo com Antônio Terra, essa atualização não busca alterar o sentido do símbolo, mas renovar sua forma. “Hoje vemos guirlandas sustentáveis, minimalistas, tropicais e reinterpretadas de acordo com cada região do país. A tendência muda, mas o fundo permanece”, destaca. Para o professor, essa adaptabilidade garante que a guirlanda continue relevante. “O símbolo permanece vivo porque atende a uma necessidade humana que atravessa os séculos: marcar o sagrado, proteger o lar e reforçar pertencimento”, destaca.
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