Patrimônio imaterial da Bahia, inscrito no Livro do Registro Especial
dos Eventos e Celebrações do Instituto do Patrimônio Artístico e
Cultural (Ipac) desde dezembro de 2008, a Festa de Santa Bárbara,
padroeira do Corpo de Bombeiros e dos mercados, abre, nesta terça (4 de
dezembro), o ciclo de festas religiosas e populares de Salvador.
A celebração à santa, cujo culto na Bahia data de 1641, teve alvorada
com queima de fogos de artifício, às 5h, missa campal no Largo do
Pelourinho, às 8h30, seguida de procissão pelo Centro Histórico. É
tradição, durante a festa, a distribuição do caruru. Este ano haverá o
Caruru dos Bombeiros no quartel da Praça dos Veteranos),
o da Associação Cultural do Mercado de São Miguel.
Para os turistas, trata-se de um belo espetáculo, quando as ruas são
enfeitadas pela presença de milhares de pessoas vestidas, portando
flores ou enfeites de cor vermelha. A procissão com a imagem de Santa
Bárbara, que logo após a missa, sai do Pelourinho, passa pela Rua
Alfredo de Britto, Terreiro de Jesus, Catedral Basílica, Praça da Sé,
Rua da Misericórdia, Ladeira da Praça, até chegar ao Quartel do Corpo de
Bombeiros, na Praça dos Veteranos, onde a procissão é saudada pelo soar
de sirenes e jatos de água.
O ciclo de festas populares em Salvador, no passado conhecidas como
Festas de Largo, tem como ponto alto a famosa Lavagem da Igreja do
Bonfim, que será realizada no dia 10 de janeiro Atualmente, as mais
tradicionais, além do Bonfim, são a Festa de Nossa Senhora da Conceição
da Praia, padroeira da Bahia, (8 de dezembro, no Comércio, Cidade
Baixa), Santa Luzia (13 de dezembro, celebrada na Igreja do Pilar,
Comércio), Bom Jesus dos Navegantes (de fé católica, no 1º de janeiro,
com procissão marítima pela Baía de Todos-os-Santos), Iemanjá (do culto
afro, no dia 2 de fevereiro, no Rio Vermelho, também com cortejo
marítimo para entrega do presente ao orixá das águas salgadas) e Itapuã
(31 de janeiro, com cortejo e lavagem das escadarias da Igreja de Nossa
Senhora da Conceição da Praia de Itapuã, na orla).
Tradição - Santa Bárbara teria nascido em finais do século III e morrido
no início do século IV, durante o reinado de Diocleciano, em
Heliópolis, na Fenícia (atual Líbano). Outra versão dá conta de que
teria nascido na Nicomédia. Ao revelar à família ter adotado a crença
cristã, em uma sociedade que adotava o politeísmo (adoração a diversos
deuses), ela teria sido castigada pelo pai e entregue ao governante da
cidade, Maximiano, que a condenou. A jovem foi torturada e decapitada e,
segundo a tradição, seu algoz atingido por um raio.
No ano de 1969, a partir do pontificado do Papa Paulo VI, junto com
vários outros santos dos quais não se comprovara a existência, Santa
Bárbara foi retirada do Calendário Geral do Catolicismo Romano. Mesmo
assim, a comissão dos festejos manteve as comemorações. Em 2002, o Papa
João Paulo II deliberou recolocar Santa Bárbara no calendário.
O culto a Santa Bárbara começou, em Salvador, por volta de 1641, no
morgado pertencente a Francisco Pereira do Lado e Andresa de Araújo,
onde havia uma capela. Nesse mesmo lugar, séculos depois, surgiria o
Mercado de Santa Bárbara, entre a antiga Rua das Princesas (atual Rua
Portugal), e a subida da Ladeira da Montanha, próxima à Rua Corpo Santo.
O mercado foi, em seguida, transferido para a Baixa dos Sapateiros.
0 comentários :
Postar um comentário