Dia Nacional do Café: uma 'paixão nacional'

Puro, pingado, coado, filtrado, expresso, adoçado ou não, combinado com outros ingredientes, com ou sem creme. Independentemente da receita ou forma de preparo, o café, produto consumido diariamente por 97% dos brasileiros de mais

de 15 anos, comemora sua data hoje, 24 de maio.

A época marca o início das colheitas para a maioria das fazendas produtoras no país, segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).

O Brasil voltou a bater novos recordes de exportação de café em abril: a receita somou US$ 681,4 milhões no mês, número 88,9% maior que o registrado no mesmo período de 2010, quando o total foi de US$ 360,7 milhões. Os dados do balanço são do CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

A combinação de variedades botânicas e os manejos distintos durante a colheita e secagem dos grãos fazem surgir a gama de aromas e sabores da bebida que o Brasil pode produzir.

Por ser um produto de "terroir", ou seja, influenciado por aspectos geográficos, climáticos, botânicos e culturais, o café brasileiro se destaca justamente por essas caraterísticas

Exemplo disso é o  "Cinturão Brasileiro de Café", por exemplo, que estende-se ao longo da linha Norte-Sul e representa cerca de 1.200 km em linha reta, mesclando diversas altitudes de produção e topografias características, que podem ser montanhosas ou imensos platôs.

No Brasil, há mais de 300 mil propriedades produtoras de tamanhos diversos. As diferenças de produção ocorrem na seleção da área de plantio, na variedade escolhida, nos tratos dado à cultura, na colheita seletiva, na secagem e no armazenamento adequados. Tudo isso faz cada variedade ter um sabor diferente, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Para a maioria das pessoas tomar café não tem dia nem hora. Seja de manhã, à tarde ou a noite, ou ainda no ambiente de trabalho, na panificadora, na recepção a uma visita, acompanhado do leite e de um pão... Enfim, de tão popular o cafezinho tornou-se a segunda bebida mais consumida no mundo, perdendo apenas para a água e ainda ganhou um dia especial para ser lembrado no Brasil. Nesta terça-feira, 24 de maio, é o Dia Nacional do Café.

Mas para o casal Francisco Valdeide de Oliveira, 78 anos, e Maria Mateus de Oliveira, 61 anos, residente em Farol, tomar café não tem dia nem hora. “Tomo café todo dia. Se não tomar fico até com dor de cabeça”, lembra dona Maria, enquanto tomava um cafezinho na Coamo, que disponibiliza uma cantina com a bebida aos seus cooperados diariamente.

O casal mora em uma propriedade rural em Farol, onde Francisco conta que mantém uma pequena plantação do produto apenas para o consumo da família. “Colho o café, a mulher torra para o nosso consumo e dos filhos. Ainda sobra para os amigos. Quando venho na Coamo também não deixo de apreciar”, revela. Na casa dele, uma garrafa é sempre mantida com café. “Quando chega visita ainda passo um cafezinho fresquinho”, completa dona Maria. Devido ao grande movimento de cooperados na Coamo, o local acaba sendo um dos pontos em que mais se consome café em Campo Mourão.

Outro cooperado que não deixa de visitar a cantina da empresa quando passa pelo local é Abbas Ali Ayoub, 68 anos. “Já tomei dois hoje”, já foi adiantando. Em casa é a bebida que não pode faltar: “Tenho uma garrafa grande lá em casa, exclusiva para o café, que é servido para os amigos também. Além de tomar em casa, ainda tomo aqui na Coamo, pelo menos três vezes por semana.”

Já o caminhoneiro Gunter Schimdt, 36 anos, morador no Barreiro das Frutas admite ser um viciado por café. “Chego a tomar café por água. Se for contar acho que tomo mais de uma garrafa por dia. Deveria parar, mas não consigo”, rende-se. Por volta das 11h30 de hoje ele estava no Café Expresso, da área central de Campo Mourão, onde já havia acabado de beber duas xícaras da bebida. “Acho que desde que levantei hoje, já tomei umas dez xícaras. Vou começar a dirigir carreta e vou ter que levar a garrafa comigo. Não bebo nada de álcool, nem fumo, mas em compensação exagero no café.”

O Brasil é o maior produtor mundial de café, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Estimativa para este ano é que a safra atinja a 43,5 milhões de sacas.