O café da manhã do brasileiro está ficando cada vez mais salgado. Com a alta do dólar, a quebra da safra de trigo na Argentina e a geada no Sul do País (que produz trigo), os principais produtos da cadeia do grão estão sofrendo forte reajuste de preços. O impacto já chegou ao bolso do consumidor, mas o repasse de aumento de custos pode continuar.
Para tentar conter a alta do preço do pãozinho, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) prorrogou na segunda-feira, 9, o prazo para a importação de trigo com tarifa zero, para uma cota adicional de 400 mil toneladas.
O prazo terminaria na terça-feira, 10, e foi prorrogado até 30 de novembro.
Absorver a alta dos preços da farinha de trigo tem sido a principal orientação da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip) para os estabelecimentos em todo o País. Um conjunto de fatores nada favoráveis tem carregado o preço do pãozinho em todo o Brasil, que já subiu em média 7,75% neste ano, segundo a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Este é um dos efeitos da alta do dólar, que se intensificou nos últimos meses.
O Brasil não é autosuficiente em trigo e tem de importar. Em julho deste ano, o principal fornecedor brasileiro de trigo, a Argentina, suspendeu a exportação do grão, o que obrigou os moinhos brasileiros a buscar a matéria-prima nos Estados Unidos e no Canadá. Resultado: só em julho deste ano, o preço do trigo em grão importado pelo Brasil subiu 34,73% frente o mesmo mês do ano passado – mesmo com um aumento de 11,69% no volume importado em toneladas.(IG)
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