Ocupações indígenas ameaçam as belezas naturais da Praia do Mutá em Porto Seguro.
A partir da segunda quinzena do mês de janeiro deste ano se tem registrado um crescimento das ocupações e invasões indígenas iniciadas em março de 2013 em áreas não demarcadas na Praia do Mutá que fica localizada próxima a reserva indígena de Cora Vermelha, à margem da rodovia que liga Porto Seguro a Santa Cruz de Cabrália no extremo sul da Bahia.
Proprietários de hotéis, cabanas de praia e moradores na orla norte em Porto Seguro, mais especificamente na região da Praia do Mutá acionaram, várias vezes, a CIPPA/Porto Seguro (Companhia Independente de Policia de Proteção Ambiental de Porto Seguro) para impedir o avanço das ocupações, desmatamento da restiga e invasões de propriedades particular por parte dos índios em áreas não demarcadas.
No dia 25 de janeiro a CIPPA e o 8° BPM foram acionados para impedir uma invasão e desmatamento que estava em andamento por parte de indígenas da Aldeia Novos Guerreiros de etnia Tucunaré em uma propriedade particular localizada nas proximidades da Praia do Mutá, em frente da aldeia citada onde foi comprovado o crime de supressão de restinga e a invasão da propriedade.
Fez-se presente no local da invasão o cacique da aldeia, que reprovou a atitude dos demais. Antes de se retirarem do local, os invasores, que são os mesmos envolvidos na invasão ocorrida em 06 de março de 2013, que resultou em operação conjunta da CIPPA e IBAMA, avisaram que haverá uma invasão de pessoas moradoras de Santa Cruz Cabrália no local (foto acima).
Insegurança – Desvalorização
Diante da falta de uma política de prevenção, educação das autoridades locais e morosidade da justiça para cumprir os mandados de desocupação das áreas invadidas pelos índios e reintegração de posse das mesmas aos proprietários, alguns empresários, donos de hotéis estão sendo obrigados a instalar cercas de arame farpado nas áreas de acesso ás praias que são Áreas de Proteção Ambiental (APA) localizadas em frente aos respectivos estabelecimentos ao logo da BR 367, que por sua vez também é mais um crime ambiental que está ocorrendo na região.
Temerosos pelo agravamento da situação que já vem se propagando no decorrer do tempo, alguns investidores estão parando de investir na região e também já se tem noticias da desvalorização no setor imobiliário nas áreas que possivelmente podem ser invadidas.
“Tenho investimentos na região, no momento estou tendo problemas com as sucessivas tentativas de ocupação indígena em áreas vizinhas as minhas propriedades, o atendimento da PM e CIPA/Porto Seguro é sempre imediato e eficiente, não tenho o que me queixar dessas entidades e sim elogiar. Mas estou insatisfeito e inseguro com a falta de atitude por parte das autoridades locais, prefeitura e secretariados que deixam a desejar no quesito de prevenção e de fiscalizador da região e também punir os infratores, sejam eles indígenas ou não. Estou me sentindo desmotivado em trazer novos investimentos para a região e já estou me desfazendo de um empreendimento para investir em outra cidade que dê garantias ao investidor. Eu acho que as autoridades ainda não se ativeram ao fato de que nesse trecho (BR367 Porto Seguro – Cabrália), que está sendo invadido, será o corredor de acesso das duas seleções mundiais de futebol que escolheram Porto Seguro e Cabrália para se hospedarem“, desabafou um empreendedor que pediu para preservar sua identidade.
Desmatamento e Queimadas
Em todo o percurso na BR 367 entre a Cabana de Praia Barramares até Cabana do Macuco, localizadas na Praia do Mutá, observa se dos dois lados da pista, clareiras aberta, queimadas, marcação para instalação de cabanas, solo sendo preparadas para o plantio e acumulo de lixo em Áreas de Preservação Ambiental (APA).
Cacique Aruã Pataxó
A reportagem contactou um dos principais lideres indígenas da região na atualidade, Cacique Aruã Pataxó da Aldeia de Cora Vermelha, para saber qual o posicionamento de sobre as invasões atuais na região.
“As ocupações estão sendo feitas por pessoas de grupos distintos de algumas comunidades da Terra Indígena Coroa Vermelha, são pessoas das Aldeias Novos Guerreiros, Jaqueira, Mirapé, Juerana e outras, e o objetivo não é moradia ou falta de terra para trabalhar. São objetivos comerciais de construção de barracas de praia. Inclusive foi realizada uma reunião com as lideranças que não apóiam esta ação que poderá prejudicar a luta pela terra que é legítima. As ocupações estão fora da área de meu comando. Não tenho nada a ver com a situação, inclusive vários destes são de grupos opositores à minha liderança na Aldeia Coroa Vermelha. Sempre o meu objetivo enquanto liderança indígena, é lutar na defesa dos direitos indígenas, mas de uma forma de garantir, a preservação do meio ambiente, a cultura, a história e o patrimônio imemorial da história do Brasil, “ declarou o Cacique Aruã Pataxó.
Cacique Aruã Pataxó é o atual cacique da Aldeia Coroa Vermelha, Presidente da Federação Indígena Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia e Vereador em Santa Cruz Cabrália.
Encontro das lideranças Indígenas
No dia 22 de janeiro foi realizado um encontro entre lideres indígenas da região, no qual foi firmado um documento com 31 assinaturas de representantes das lideranças indígenas, com o o propósito de pedir apoio das autoridades para tomar as providências cabíveis, a fim de conter a depredação ao meio ambiente, assim como não prejudicar a demarcação da terra. O referido documento foi entregue a FUNAI de Porto Seguro.
Considerações Finais
Durante 30 dias a reportagem do Portal Radar Notícia entrou em contato com investidores, empresários, comerciantes, caciques, indígenas, representantes da PM , CIPA/Porto Seguro, FUNAI, jornalistas e políticos, os quais foram atenciosos fornecendo informações valiosa para a composição desta matéria.
A mesma receptividade não se obteve da Secretária do Meio Ambiente da cidade de Porto Seguro, que não se manifestou até o momento do fechamento desta matéria, apesar das inúmeras tentativas de contato via telefone, Facebook e e-mail não respondido.
Com informações Radar Notícia
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