Oficina capacita atores da Cultura em Economia Criativa

Conceito ainda bastante discutido no país entre setores. 

O que eu faço é Economia Criativa? Como dar sustentabilidade ao meu negócio? O que ganho ao constituir uma rede colaborativa? Estes são alguns dos questionamentos a serem respondidos na Oficina Economia Criativa, promovida pelo Bahia Criativa, projeto financiado pelo Ministério da Cultura em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), na próxima sexta-feira, 27 de março, das 8h30 às 17h30, em sua sede, no Forte do Barbalho, em Salvador.

A oficina integra o calendário de formação do projeto, é ministrada pela professora Daniele Canedo e tem como objetivo capacitar empreendedores criativos que querem ou que já participam de empreendimentos coletivos e buscam informações sobre Economia Criativa, Sustentabilidade, Criatividade e Cultura, Bens intangíveis, Novas tecnologias, Riquezas multidimensionais, Processos Colaborativos em redes, e de experiências de criar Redes Colaborativas.

Estão sendo oferecidas 25 vagas gratuitas. Interessados devem realizar a inscrição pelo e-mail bahia.criativa@cultura.ba.gov.br ou obter mais informações por meio do telefone (71) 3319-0033.

A formação é destinada a artistas, produtores e agentes culturais, gestores de projetos e empreendedores que atuam na cadeia produtiva da economia criativa e que desejam adquirir conhecimentos sobre metodologias, ferramentas, técnicas e instrumentos para gerenciar seu negócio da área cultural.

FAZER CULTURA - Os conceitos de Economia da Cultura e Economia Criativa ainda vêm sendo bastante discutidos no Brasil, mas é fato que o “fazer Cultura” deixou de ser uma ideologia de não fazer parte do mercado da “economia capitalista”. As atividades centradas nos elementos culturais e na criatividade passaram a ser consideradas como alternativa para um novo modelo de desenvolvimento.

Dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, 2010) indicam que a economia criativa movimenta US$ 8 trilhões por ano no mundo, o que representa de 8 a 10% do PIB mundial. No Brasil, a economia criativa é responsável por 2,5% do PIB, o equivalente a R$ 110 bilhões, e emprega formalmente 1,7% dos trabalhadores brasileiros, um total de 810 mil profissionais (Firjan, 2012). Tais indicadores colocam o país em quinto lugar no ranking mundial de participação do núcleo criativo no PIB, atrás apenas dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França e da Alemanha. No quadro dos estados brasileiros, a Bahia ocupa a 12a posição no ranking nacional de geração de empregos criativos, com taxa de 1,2%. (FIRJAN, 2012).

PERSONAGENS - O tema vem sendo compreendido aos poucos por seus atores.  Um exemplo de quem começou a observar o fazer cultura com outros olhos é a coordenadora-geral da Casa 28, Isabela Silveira. A Casa 28 agrupa realizadores em cultura, intermediando serviços na área de maneira mais qualificada. “Eu tinha as ideias, mas não tinha organizado, não sabia exatamente como ia proceder em termos financeiros, de contratação, método de trabalho. A Casa 28 já vinha atuando, mas o agrupamento ainda era muito fluído, não tinha exatamente compreensão dos limites e do esquema de trabalho. Depois (que teve acesso às discussões e capacitações), ficou tudo mais claro e a gente atuou de forma mais metódica”, explica ela.

A opinião é também compartilhada por Iara Nascimento, coordenadora da Panela de Barro, que trabalha com produções de cunho alternativo e temático, envolvendo culturas periféricas e populares. “Tive de repensar o que eu quero, qual o meu foco, a minha identidade. Hoje consigo visualizar minha empresa a médio e longo prazo, porque consegui perceber qual é o meu público, meus concorrentes, como fazer um plano de marketing que possa chegar ao público do meu interesse, quais sãos os produtos que eu tenho de fato a oferecer”, explica Iara.