Especialista esclarece, neste 14 de novembro, Dia Mundial da Diabetes, as principais dúvidas sobre a doença
Sabe
aquela gordura abdominal que insiste em não te largar? Ela pode trazer
uma série de riscos à saúde, incluindo o diabetes. Estudos clínicos
observam que a gordura acumulada na região abdominal traz mais riscos
para o desenvolvimento de diabetes do que a gordura distribuída pelo
corpo por igual. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, o diabetes
acomete mais de 13 milhões de pessoas só no Brasil. Sedentarismo,
hipertensão arterial, histórico familiar e de doença cardiovascular
devem acender sinal de alerta.
Diferentes tipos
Existem diferentes tipos de diabetes. O
diabetes tipo 1 acomete principalmente indivíduos jovens (crianças e
adolescentes). No entanto, também pode aparecer na fase adulta.
Caracteriza-se pela ausência de produção de insulina, um hormônio
produzido pelas células pancreáticas e responsável pela manutenção dos
valores de glicose dentro da normalidade. O tratamento consiste na
administração de insulina exógena.
O
diabetes tipo 2 não está relacionado com a destruição das células beta
pancreáticas e sim com a resistência periférica à insulina produzida.
Fatores genéticos são muito importantes neste tipo. A pessoa com
diabetes tipo 2 (DM2) geralmente é filho de pai, mãe ou ambos com
diabetes. A doença costuma aparecer em idades mais avançadas,
geralmente, a partir dos 40 anos. No DM 2, a influência do estilo de
vida é decisiva, tanto que mesmo tendo os pais diabéticos, um indivíduo
que pratica esportes com regularidade, segue uma alimentação balanceada e
mantém peso normal pode passar toda a vida sem jamais desenvolver a
doença. Dessa maneira, o diabetes tipo 2 é uma combinação de uma
importante herança genética somada a hábitos de vida como sedentarismo e
alimentação hipercalórica.
A
seguir, a Dra. Milena Gurgel Teles Bezerra, assessora médica em
Endocrinologia e Diabetes do Grupo Fleury, marca detentora da Diagnoson
a+, em Salvador, esclarece algumas das dúvidas mais comuns sobre o tema:
Como posso saber se tenho diabetes?
Confirma-se o diagnóstico de diabetes nas seguintes ocasiões:
-
Glicemia (a qualquer hora do dia e sem necessidade de jejum): acima de 200 mg/dL, na presença de sintomas que apontam para o excesso de glicose no sangue como emagrecimento exagerado, excesso de sede e aumento do volume urinário;
-
Glicemia (em jejum de, no mínimo, de oito horas): igual ou acima de 126 mg/dL, em duas ocasiões distintas;
-
Teste de tolerância à glicose de 2 horas: exame no qual colhe-se a glicemia antes e depois de duas horas da ingestão de glicose via oral. Valores iguais ou superiores a 200 mg/dL diagnosticam diabetes. O exame deve ser confirmado em outra ocasião;
-
Hemoglobina glicada: A taxa de formação de A1C é diretamente proporcional à concentração glicose no sangue. Valores iguais ou superiores a 6,5%, confirmados num segundo teste - são consistentes com diabetes.
É possível levar uma vida normal com a doença?
Com
certeza! A manutenção de hábitos saudáveis e controle dos valores da
glicemia devem ser prioritários no cotidiano de pessoas com diabetes
para evitar ou retardar o aparecimento de complicações graves que
acometem diversos órgãos como rins, olhos, sistema cardiovascular, além
de outros. O tratamento deve ser adaptado o máximo possível à rotina do
paciente para facilitar sua adesão, sem abrir mão ,entretanto, do bom
controle.
A gordura acumulada na região abdominal é mesmo preocupante?
Sim. O sobrepeso é um fator de risco ,principalmente, quando acomete a área do tronco. Estudos clínicos observam que a gordura acumulada na região abdominal traz mais riscos ao aparecimento de diabetes do que a gordura distribuída pelo corpo por igual. Isso acontece porque a gordura acumulada na barriga atrapalha mais a ação da insulina do que a gordura que está acumulada no quadril. Mas, vale frisar: nem todo obeso tem diabetes.
A gordura acumulada na região abdominal é mesmo preocupante?
Sim. O sobrepeso é um fator de risco ,principalmente, quando acomete a área do tronco. Estudos clínicos observam que a gordura acumulada na região abdominal traz mais riscos ao aparecimento de diabetes do que a gordura distribuída pelo corpo por igual. Isso acontece porque a gordura acumulada na barriga atrapalha mais a ação da insulina do que a gordura que está acumulada no quadril. Mas, vale frisar: nem todo obeso tem diabetes.
A
medida considerada como saudável para a mulher é uma circunferência
abdominal de até 80 cm e, para o homem, de até 94 cm. No Brasil, a
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) considera 80-94
cm como faixa de risco para diabetes e 88-102 como alto risco.
Como o sedentarismo se relaciona com o diabetes?
O
sedentarismo está relacionado, entre outras coisas, ao aumento da
resistência à insulina. A falta de atividade física faz com que os
músculos inativos captem mal a glicose – o que não acontece com músculos
de indivíduos ativos. Sabe-se que a insulina tem melhor ação em
indivíduos que têm o hábito de praticar exercícios físicos regulares
pelo menos três vezes por semana. Pessoas com diabetes que fazem
atividades físicas regulares usam menos medicamentos que os sedentários,
graças ao melhor aproveitamento da ação da insulina.
Quem deve fazer exames para investigar diabetes?
A
recomendação é de que todas as pessoas acima de 45 anos façam exames
para rastrear diabetes. O exame deve ser repetido de 1 a 3 anos, a
depender dos fatores de risco. Indivíduos com menos de 45 anos com
sobrepeso (IMC igual o maior a 25) e ao menos um fator de risco também
devem ser investigados.
Alguns
dos fatores de risco para diabetes são: familiar de primeiro grau com
diabetes, sedentarismo, síndrome dos ovários policísticos; elevação de
triglicérides, níveis baixos de colesterol bom, hipertensão arterial,
história de diabetes na gestação.
Quais são os sintomas da hipoglicemia?
Fraqueza,
náusea, tontura, sudorese fria, sensação de desmaio, etc. Pessoas com
diabetes que apresentam hipoglicemias frequentes podem perder os sinais
de alarme. Ou seja, o cérebro passa a achar que todos esses sintomas são
normais e se acostuma. Assim, ao invés de apresentar os sinais com
glicemias abaixo de 70 mg/dL, os sintomas começam apenas com glicemias
muito baixas (50 mg/dL ou menos) resultando em aumento do risco de
complicações graves.
Quais os perigos da identificação tardia?
No
caso do diabetes mais comum, o tipo 2, podem aparecer complicações da
doença já no início do quadro – no momento em que foi feito o
diagnóstico. Isso acontece porque a glicose se eleva lentamente durante
anos, geralmente sem causar sintomas. Ao longo do tempo, o problema
silencioso pode causar lesões em alguns órgãos, como na retina, levando à
cegueira; nos rins, podendo implicar na necessidade de fazer
hemodiálise ou mesmo transplante de rim, entre muitos outros.
Todo diabetes durante a gravidez é gestacional?
Não. Entende-se por diabetes gestacional somente casos em que a mulher não tinha alterações nos níveis de glicose e desenvolveu o problema ao longo da gestação.
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