As
experiências de duas agricultoras familiares empreendedoras foram
destaque no 1º Simpósio Elas no Agro, realizado nos dias 28 e 29 de
novembro, durante a 31ª Fenagro,
que acontece em paralelo à 9ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e
Economia Solidária, no Parque de Exposições de Salvador, até o dia 02 de
dezembro.
A
presidente da Cooperativa Mista dos Pequenos Cafeicultores de Barra do
Choça (Cooperbac), Joahra Oliveira, apresentou uma pouco da sua
trajetória e da cooperativa,
além de reafirmar a importância do trabalho das mulheres na Cooperbac.
Para
Joahra, a oportunidade de apresentar um pouco da sua história e da
Cooperbac foi incrível: “A mulher está tendo um papel indispensável na
sociedade. A gente vê que
muitas conquistas da cooperativa tiveram a participação das mulheres,
que apresentaram suas necessidades e anseios e criaram projetos
importantes. Essa oportunidade foi única, de divulgar nossos projetos, e
a história de mulheres que, depois da expansão da
cafeicultura, passou à frente na cadeia produtiva do café,
principalmente na agricultura familiar”.
A
presidente da Cooperbac observou ainda que a cooperativa, que
atualmente possui 45 mulheres associadas, sendo quatro jovens, vem
crescendo e se desenvolvendo com o
apoio recebido da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR),
por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), na
execução de projetos como o Bahia Produtiva, que possibilitou
investimentos na qualificação do café, com laboratório de
análise das amostras para a produção comercial de um café especial.
A Cooperbac foi selecionada no edital de Alianças Produtivas. Nas etapas de execução do projeto estão previstos investimentos na estruturação das associações
vinculadas, em equipamentos na agroindústria e em veículos para viabilizar o escoamento da produção.
Ângela Francisca Pinto, da Associação
dos Produtores de Culturas Irrigadas do Município de Wanderley, também
apresentou sua experiência
e ressaltou que as mulheres precisam perceber o quanto elas são
importantes para a sociedade e entender que podem dar uma contribuição
muito grande em favor do crescimento da sociedade, do lugar onde vivem e
do país, podendo passar o exemplo para outras mulheres,
que precisam estar em todos os lugares, porque o trabalho delas é tão
importante quanto o dos homens, apesar de algumas vezes não terem seu
trabalho valorizado. Ela informou que a associação possui cerca de 30%
de mulheres de um total de 80 famílias atendidas
também com ações do projeto Bahia Produtiva.
Dona
Chiquinha, como todos a chamam, disse que ainda são poucas as mulheres
familiarizadas na cadeia do leite, mas que já existem mulheres nas
ordenhas e são exemplos de organização, paciência e cuidados com a
higiene. Ela faz um trabalho voluntário na associação porque gosta do
que faz e por ser filha de produtores rurais e ter crescido nesse
ambiente rural, de produção de leite, de queijo, requeijão,
apesar de ter sido professora por 30 anos: "Eu sou produtora de leite,
fiz curso para aprender mais sobre o ambiente rural e na associação
estou vendo um crescimento muito grande, e o quanto podemos ajudar as
pessoas que vivem no campo, orientando os que não
têm trabalho, mas que depois que entram na cadeia do leite, que é
sustentável, não querem mais sair, porque estão ganhando o dinheiro
deles, aí não precisam mais ir atrás de emprego, ou trabalhar na casa
dos outros, permanecendo na própria propriedade, passando
a ter condições melhores, colocando seus filhos para estudarem. Quem dá
comida a vaca e tira leite não passa fome”.
De
acordo com Fernando Cabral, coordenador do Bahia Produtiva, Joahra e
Francisca são mulheres dinâmicas foram selecionadas pelo Bahia
Produtiva, estão recebendo investimentos
que apoiam as cadeias do café e do leite, possibilitando o acesso a
mercados mais competitivos: “Elas foram selecionadas por serem mulheres
empreendedoras rurais”.
Bahia Produtiva
Garantir a sustentabilidade e a inclusão socioprodutiva a famílias de comunidades rurais
baianas são
algumas das finalidades do Bahia Produtiva, projeto executado pela
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública
vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), a partir de um
acordo de empréstimo entre o Governo do Estado e o Banco
Mundial. O
projeto já lançou editais
para a seleção de 853 projetos socioambientais e de apoio às cadeias da
Apicultura e Meliponicultura, Bovinocultura de Leite,
Caprinovinocultura, Aquicultura e Pesca, Mandiocultura, Oleaginosas e
Fruticultura, além de destinar recursos específicos para Povos
Indígenas, Comunidades Quilombolas, Alianças Produtivas e Requalificação
de Agroindústrias.
A ação está atendendo mais de 32 mil famílias, desde 2015, com investimentos da ordem de R$ 288,6 milhões. As mulheres e jovens fazem parte
do público prioritário do projeto Bahia Produtiva, que inclui também povos indígenas e comunidades quilombolas.
Foto: André Fofano
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