Levantamento
do Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que mais de 16 milhões
de mulheres sofreram algum tipo de violência no período
Fevereiro de 2019 –
Pesquisa
encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública junto ao
Instituto Datafolha aponta que mais de 16 milhões de mulheres sofreram
algum tipo de violência ao longo de 2018.
Segundo as projeções realizadas a partir do levantamento, 536 mulheres
foram agredidas fisicamente a cada hora no Brasil com socos, empurrões
ou chutes. No caso dos espancamentos o número também é estarrecedor: 177
mulheres são vítimas desse tipo de agressão
a cada hora no país. Os resultados obtidos foram muito semelhantes ao
de outro levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança,
realizado em 2017.
“Os
dados indicam que o volume de mulheres vítimas de violência todos os
dias é altíssimo, e que mais da metade não busca nenhum tipo de ajuda,
nem
do poder público, nem da família e dos amigos”, afirma a
diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira
Bueno.
As
entrevistas foram realizadas nos dias 4 e 5 de fevereiro, em 130
municípios de pequeno, médio e grande porte do País. No total, o
Datafolha ouviu 2084 pessoas, entre homens e mulheres, com questões
sobre percepção da violência. A amostra total de mulheres foi de
1.092 entrevistas, sendo que destas 897 aceitaram responder o módulo
específico de autopreenchimento, com questões sobre vitimização
aplicadas somente às mulheres. As entrevistadas que
aceitaram participar deste módulo responderam sozinhas as questões
diretamente no tablete, após orientação do pesquisador.
Das
mulheres ouvidas pelo instituto de pesquisa, 27,35% relataram ter
sofrido algum tipo de violência ou agressão em 2018, o equivalente a 16
milhões
de brasileiras nas estimativas mais tímidas traçadas. Na sequência, as
entrevistadas citaram casos de insulto, humilhação e xingamento (ofensas
pessoais), com 21,84%, ameaça de apanhar, empurrar ou chutar, 9,53%, e
amedrontamento ou perseguição, com 9,08%.
A
grande maioria das mulheres, 76,4%, apontou que os casos de violência
foram cometidos por conhecidos, entre eles cônjuge/companheiro/namorado
(23,9%),
ex-cônjuge/ex-companheiro/ex-namorado (15,2%), irmão/irmã (4,9%),
amigo/amiga (6,3%) e pai/mãe (7,2%), entre outros.
Do
total de mulheres entrevistadas, mais da metade, 52%, declarou que não
procurou ajuda após as agressões; apenas 15% falaram sobre o assunto com
a família, e 10% dos familiares; 10% fizeram denúncia em uma delegacia
da mulher, e 8% em delegacias comuns; 8% procuraram a igreja, e 5%
ligaram para o 190 da Polícia Militar.
Assédio
A
pesquisa também mediu o grau de assédio às mulheres no decorrer de
2018. Entre as entrevistadas que se dispuseram a responder o
questionário até
o final, 37% disseram ter sofrido algum tipo de assédio no período.
Desse total, 32% receberam cantadas ou comentários desrespeitosos quando
andavam na rua; 11,46% receberam cantadas ou comentários desrespeitosos
no ambiente de trabalho; 7,78% foram assediadas
fisicamente em transporte público como no ônibus, metrô, van, táxi,
etc.
Às
vésperas do Carnaval, chamam a atenção os dados sobre assédio na
balada. A pesquisa apontou que 6,24% das mulheres ouvidas foram
abordadas de maneira
agressiva durante uma balada, uma festa - isto é, alguém tocou o seu
corpo. Outras 5.02% foram agarradas ou beijadas sem consentimento, ou
seja, à força, e 3,34% relataram tentativas de abuso por estarem
embriagadas.
Os
números indicam que o grupo mais vulnerável está entre os 16 e 24 anos,
onde 66% das mulheres nesta faixa etária relatou ter sofrido algum tipo
de assédio; na faixa dos 25 aos 34 anos, esse índice cai para 54%, e
dos 35 aos 44 anos, para 33%.
0 comentários :
Postar um comentário