O mercado imobiliário baiano vive seu melhor momento em dez anos. No primeiro trimestre de 2021, Salvador registrou um aumento de 52% na venda de imóveis. Na Bahia, o aumento foi de 31%. Os dados foram divulgados no Panorama Econômico 2021, evento online da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-BA), que aconteceu nesta terça-feira (27).
“O número representa um dos melhores resultados de vendas da última década e abre caminho para superar os resultados de 2020, que já eram positivos”, destacou o diretor técnico da ADEMI-BA, Pedro Mendonça.
A pesquisa da entidade também apontou os imóveis adquiridos via financiamento com a caderneta de poupança – ou SBPE – segmento que se destacou na retomada de atividades. No entanto, em percentual de unidades vendidas, o segmento Casa Verde e Amarela continua abarcando ampla maioria das vendas realizadas no período.
Entre as unidades vendidas na Bahia no primeiro trimestre de 2020 e de 2021, o segmento Casa Verde e Amarela representou 82% das vendas, enquanto as unidades SBPE se posicionaram com 18% da comercialização de imóveis.
Em Salvador, a diferença é menos expressiva. As unidades financiadas via poupança, representaram 30% contra 70% do segmento popular no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período de 2020, os imóveis SBPE representaram 28% das unidades comercializadas, enquanto o segmento Casa Verde e Amarela registrou 72% das vendas.
Lançamentos
O ano de 2021 também teve um início animador com elevada confiança empresarial, muito relacionada ao controle da pandemia e início de vacinação pelo país, que se refletiu no cenário local.
A Bahia registrou um aumento de 106% no número de unidades lançadas ao longo dos primeiros três meses de 2021 em relação ao mesmo espaço de tempo do ano passado. No acumulado, o estado chegou em 6.759 unidades lançadas no período de um ano, entre abril de 2020 e março de 2021.
A capital baiana, por sua vez, registrou um aumento de 41% durante os dois períodos analisados. No acumulado, as unidades do segmento SBPE e Casa Verde e Amarela na cidade somam 4.247 unidades habitacionais lançadas durante o período dos últimos doze meses.
“Estamos vendo uma demanda reprimida de lançamentos que estavam programados para acontecer no ano passado e que, por conta da pandemia, foram adiados para que as empresas pudessem adaptar seu aparato de trabalho, e isso levou a uma “explosão” de lançamentos nos primeiros três meses deste ano”, avalia o presidente da ADEMI-BA, Cláudio Cunha.
Já no que tange a oferta de imóveis, a Bahia registrou uma redução de 10% em unidades disponíveis em estoque, enquanto Salvador registrou um aumento de igual percentual.
Análises de comportamento e economia
Além da divulgação da pesquisa, o evento também abriu espaço para pensar no futuro dos investimentos no mercado imobiliário, baseado nas demandas que devem virar tendência nos próximos anos.
O fundador e CEO da Datastore Series, Marcus Araújo, falou sobre a nova estrutura de compra dos imóveis. Segundo o especialista, a intenção da compra de imóvel apresentou leve queda, em parte das regiões do país, mas reforçou que a mesma tem relação com o momento particular de segunda onda da Covid-19, não devendo frear o desenvolvimento do mercado.
De acordo com Marcus Araújo, atualmente há 13 milhões de famílias aptas a adquirir crédito imobiliário e conseguir financiar seu imóvel e o número pode crescer. “Se chegarmos a 14 milhões de famílias aptas à compra, esta será a maior demanda já registrada no mercado imobiliário”, destacou, mostrando o ambiente propício para os novos negócios.
O evento também contou com a apresentação do economista Eduardo Mello, da ACT Empreendimentos, empresa credenciada à XP Investimentos, relacionada à geração de crédito, montagem de CRI, entre outras atividades oferecidas pela empresa.
Encerrando o panorama, o economista chefe da XP Investimentos, Caio Megale, traçou uma análise e perspectivas do cenário macroeconômico brasileiro atual. “Diferente da crise de 2008, a economia vinha bem até o momento e fomos atingidos por uma questão de saúde. Por isso que, quando o mundo começa a ter controle da pandemia, a retomada fica evidente”, avaliou.
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