Desafio de contar histórias reais no Brasil do século XXI será tema de debate na Bienal do Livro Bahia
Entre as diversas mesas de debates que farão parte da programação da Bienal do Livro Bahia, de 10 a 15 de novembro, no Centro de Convenções Salvador, uma delas foi intitulada “Brasil e seu difícil livro de histórias”, que contará com a participação de duas jornalistas e escritoras: a pernambucana Fabiana Moraes e a mineira Daniela Arbex. Elas irão conversar sobre os desafios da literatura nacional de não-ficção, a partir de suas experiências de escreverem histórias que revelam a realidade do povo brasileiro em meio às duas primeiras décadas do século XXI. Moraes e Arbex apontarão, ainda, algumas das tensões nacionais contemporâneas, como a dificuldade de lidar com o espetáculo diário promovido na Internet, sobretudo nas redes sociais.
Sobre Fabiana Moraes:
Fabiana Moraes é recifense e professora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco, com mestrado em Comunicação e doutorado em Sociologia, ambos pela UFPE. É vencedora de três prêmios Esso com as seguintes reportagens: “Os Sertões” (2009), “O Nascimento de Joicy” (2011) e “A Vida Mambembe” (2007). Recebeu, ainda, o Prêmio Petrobras de Jornalismo (2015), com a série “Casa Grande e Senzala”; o Prêmio Embratel (2011), com o especial “Quase Brancos, Quase Negros”; e três prêmios Cristina Tavares, com “Os Sertões”, “Quase Brancos Quase Negros” e “A História de Mim” (2015).
Fabiana lançou seis livros: “Os Sertões” (Cepe, 2010), “Nabuco em Pretos e Brancos” (Massangana, 2012), “No País do Racismo Institucional” (Ministério Público de Pernambuco, 2013), O Nascimento de Joicy (Arquipélago Editorial, 2015), “Jormard Muniz de Britto - professor em transe” (Cepe, 2017) e “A Pauta é uma arma de combate” (Arquipélago, 2022). Atualmente, ela é também colunista no The Intercept Brasil e pesquisa mídia, poder, raça, hierarquização social, imagem e arte.
Sobre Daniela Arbex:
Daniela Arbex é autora do best-seller “Holocausto brasileiro”, eleito melhor livro-reportagem do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor livro-reportagem no Prêmio Jabuti (2014). A obra tem mais de 300 mil exemplares vendidos no Brasil e em Portugal. Em 2015, lançou “Cova 312”, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria livro-reportagem (2016), que aborda a ditadura de uma forma que a história oficial nunca contou. Em “Todo dia a mesma noite”, sua terceira obra publicada, Arbex reconstitui o incêndio na boate Kiss, ocorrido na cidade de Santa Maria. Em 2020, a escritora lançou sua primeira biografia: “Os dois mundos de Isabel”, que narra a história da brasileira centenária Isabel Salomão de Campos, que ergueu a voz para ajudar milhares de pessoas.
Das páginas para as telas de TV. Em 2021, a série “Colônia”, livremente inspirada na obra “Holocausto brasileiro”, foi lançada no Canal Brasil e na Globoplay. Dirigida por André Ristum, a história é uma obra de ficção que retrata um Brasil onde cabem todas as exclusões. Nesse mesmo ano, Daniela foi eleita a melhor repórter investigativa do Brasil pelo Troféu Mulher Imprensa. Seu último livro, “Arrastados”, foi lançado em janeiro de 2022, depois de três anos da tragédia de Brumadinho. A escritora tem ainda outros 20 prêmios nacionais e internacionais no currículo, entre eles o Knight International Journalism Award.
0 comentários :
Postar um comentário