NDC brasileira fica entre pouco ambiciosa e claramente insuficiente, diz Greenpeace Brasil
Sobre a nova meta climática brasileira (NDC) anunciada na sexta-feira (8), a diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, afirma:
“A nova meta climática brasileira anunciada às vésperas da COP29 fica entre pouco ambiciosa e claramente insuficiente. Frente à magnitude dos impactos da crise climática que o país vem sofrendo em todo o seu território, esperávamos ambição, mas o percentual de redução não chega ao que o IPCC defende como mínimo para 2035. Porém, uma vez anunciada, agora precisamos que o governo detalhe como a meta será implementada. Além do compromisso com o desmatamento zero em todos os biomas, o Brasil não pode mais expandir novas áreas de petróleo e gás, em especial, na Amazônia. O nosso Congresso Nacional também precisa parar de lutar contra a legislação ambiental e parar de aprovar leis que enfraqueçam o que já está sendo feito. Precisamos de ambição e ação, e não podemos mais dar passos para trás”
A COP 29 inaugura um novo ciclo de anúncios das chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Todos os países que fazem parte do Acordo de Paris devem apresentar suas NDCs até fevereiro de 2025.
O Greenpeace espera que as novas NDCs dêem concretude para as decisões apresentadas no primeiro Balanço Global do Acordo de Paris (GST), no qual os países acordaram se distanciar dos combustíveis fósseis até 2050, além de triplicar os renováveis, duplicar a eficiência energética até 2030, acabar com o desmatamento e adotar medidas de conservação e restauração da natureza. Para que a meta de 1.5oC seja possível, precisamos que até 2035 tenhamos o somatório das emissões de todos os países apresentando uma redução total de 60% nas emissões de gases de efeito estufa em relação aos níveis de 2019 (IPCC, 2023).
Greenpeace na COP29
Porta-vozes do Greenpeace Brasil e de diversos outros países participarão da COP29, no Azerbaijão. Com foco no financiamento climático, a organização defende que os países devem acordar em taxar e eliminar subsídios aos poluidores ambientais dos combustíveis fósseis, como empresas de petróleo, e aos destruidores da natureza, como desmatadores e grileiros, para financiar medidas de adaptação, mitigação, perdas e danos nos países em desenvolvimento.
Confira as principais demandas do Greenpeace Brasil na COP29
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