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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Caravana do Defeso chega à Baía de Todos-os-Santos

 


Caravana do Defeso chega à Baía de Todos-os-Santos para fortalecer a pesca sustentável


Com o objetivo de reforçar a importância da preservação ambiental e garantir a reprodução do caranguejo-uçá, a Caravana do Defeso iniciou sua jornada nesta segunda-feira (17) em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica. A iniciativa, coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), em conjunto com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), percorre cinco municípios da Baía de Todos-os-Santos e do Baixo Sul, promovendo diálogos com as comunidades pesqueiras sobre o respeito ao período do defeso.


Durante o ciclo reprodutivo do caranguejo-uçá, a captura, transporte e comercialização da espécie são proibidos para garantir sua reprodução e evitar o declínio da população. Em 2025, as restrições ocorrem nos seguintes períodos: 29 de janeiro a 3 de fevereiro, 27 de fevereiro a 4 de março e 29 de março a 2 de abril. Além disso, entre 1º de dezembro e 31 de maio, a captura de fêmeas é proibida, conforme a Portaria IBAMA nº 034/2003.


No primeiro dia da Caravana, rodas de conversa abriram espaço para que pescadores e marisqueiras compartilhassem suas histórias e sua relação com os manguezais. Segundo Stéfane Mendes, uma das organizadoras da caravana, o principal objetivo da iniciativa é promover um espaço de escuta e troca de saberes entre as comunidades e os especialistas.



"A gente veio aqui para conversar, sensibilizar e trocar informações sobre a dinâmica desse ambiente, mas também para ouvir e compreender como podemos preservar melhor nosso litoral. Se vivemos desse ambiente, como podemos garantir sua sustentabilidade ao longo do tempo?", questionou Stéfane.


Durante o encontro, moradores compartilharam suas percepções sobre a importância da costa em suas vidas. Helenita Conceição, pescadora e marisqueira desde criança, trouxe um relato emocionante sobre sua conexão com o mar.


"Para mim, o litoral é um universo, minha segunda casa. Eu me sinto bem ali, é de onde tiro meu sustento e criei minha família. Muita gente não valoriza esse ambiente, mas nós que vivemos dele sabemos o quanto ele é essencial para nossa sobrevivência", declarou Helenita.


A poluição e as atividades predatórias também foram amplamente discutidas. Representando a Associação Comunitária de Matarandiba, Ana Carla Correia alertou sobre o impacto da ação humana na degradação ambiental:


"Certa vez, vi uma placa que dizia: ‘Os animais não poluem a natureza. Comporte-se como um animal’. Isso reflete a nossa realidade. Estamos regredindo por falta de educação e respeito. Precisamos continuar esse trabalho de conscientização para mudar isso", disse Ana.


Além do tema central, foram discutidas outras ameaças à zona costeira, como mudanças climáticas, poluição, bioinvasão, pesca fantasma, perda de habitat e adensamento populacional.


Como órgão responsável pela fiscalização ambiental, o Inema reforça que a proteção da fauna marinha é um compromisso coletivo. Carla Guimarães, técnica em meio ambiente e recursos hídricos do Inema, explicou como o órgão atua na fiscalização de atividades ilegais, como a pesca predatória na época dos defesos e o uso de explosivos para captura de peixes, que também foi tema de discussão.


"A Bahia segue legislações para proteger espécies ameaçadas, como as portarias MMA 445 e a estadual Sema/Inema 37, que regulamentam a conservação da fauna e fauna marinha. Trabalhamos com base em normas e regulamentações para proteger a fauna. Quanto mais informações detalhadas tivermos durante as denúncias, mais eficaz será a fiscalização", enfatizou.


A iniciativa conta com a parceria das prefeituras locais e colônias de pescadores, promovendo ações educativas e incentivando práticas sustentáveis na pesca e no comércio do caranguejo.


Próximos passos da Caravana

Nos próximos dias, a Caravana do Defeso seguirá para outras cidades, levando informações sobre as ameaças aos ecossistemas costeiros, estratégias de conservação e as penalidades para quem descumprir as regras. O cronograma inclui visitas a Cairu (18), Valença (19), Camamu, (20) e Jaguaripe (21).


O envolvimento da comunidade é essencial para a proteção dos recursos naturais e para a construção de um futuro sustentável para a pesca na Bahia. Além do apoio direto, qualquer cidadão pode reforçar o combate à pesca ilegal por meio dos canais de denúncia do Inema: 0800 071 1400 (Disk Denúncia), atendendo temporariamente no número (71) 3510-0607, e também pelo e-mail: denuncia@inema.ba.gov.br.


Fotos: Matheus Lemos/ASCOM


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