Defesa promete ao STF que Bolsonaro vai ficar em silêncio

 

O dia seguinte à advertência de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi marcado por expectativa para alguns e apreensão para outros. No despacho em que solicitava esclarecimentos aos advogados de Bolsonaro, Moraes declarou que o ex-presidente havia violado as medidas cautelares estabelecidas pelo Supremo na sexta-feira, as quais o impediam de utilizar as redes sociais. 

Na segunda-feira, Moraes reafirmou a decisão e declarou que Bolsonaro não poderia nem mesmo conceder entrevistas, pois isso poderia resultar na transmissão delas nas redes, configurando um uso indireto das plataformas digitais. Os advogados de Bolsonaro entregaram as justificativas solicitadas pelo ministro pouco antes do prazo de 24 horas estabelecido por Moraes.

Afirmaram que o ex-presidente desconhecia a proibição de conceder entrevistas e asseguraram que ele permaneceria em silêncio a partir daquele momento. 

Hoje, Moraes deve avaliar os argumentos apresentados pela defesa de Bolsonaro. De acordo com especialistas, o ministro possui duas opções: remeter o caso à Procuradoria-Geral da República para que ela emita um parecer ou tomar uma decisão por conta própria. Se considerar que as respostas não são adequadas, ele pode determinar a prisão do ex-presidente. 

Foto: Mateus Bonomi/AGIF via AFP