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terça-feira, 15 de julho de 2025

Trump impõe tarifa de 50% ao Brasil

 


Trump impõe tarifa de 50% ao Brasil: Especialista revela o que está em jogo na guerra comercial entre EUA e Brasil


Em um movimento que reacende tensões comerciais e políticas no cenário global, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última terça-feira (9) a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, com vigência a partir de 1º de agosto de 2025.


O argumento apresentado por Trump é de natureza política: segundo ele, a medida seria uma resposta à suposta perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil, referindo-se ao julgamento como uma “caça às bruxas”. Apesar da motivação declarada, os efeitos concretos recaem sobre a economia e o comércio exterior brasileiro, que agora enfrentam um novo obstáculo no relacionamento com um de seus principais parceiros comerciais.


“Essa tarifa reduz drasticamente a competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano, ao mesmo tempo em que favorece países que possuem acordos comerciais com os EUA, como México, Chile e Canadá. É uma distorção que impacta diretamente setores estratégicos como o agro, a siderurgia e a indústria aeronáutica”, avalia o consultor e professor universitário André Charone, que também é mestre em negócios internacionais.



Setores mais afetados


Com a nova tarifa, produtos brasileiros tendem a se tornar até 50% mais caros no mercado norte-americano, o que deve resultar na substituição por concorrentes estrangeiros com vantagens tarifárias. Os setores mais vulneráveis incluem:


Café – Principal produto brasileiro exportado aos EUA, pode perder espaço para fornecedores da Colômbia e América Central.

Aeronaves e componentes – A Embraer e outros fabricantes nacionais enfrentarão perda de competitividade frente a concorrentes com produção local nos EUA ou em países com acordos comerciais.

Carnes e alimentos processados – O aumento de custo pode inviabilizar contratos e comprometer margens de lucro.

Minérios, metais e cobre – O setor de commodities industriais deve ser pressionado por fornecedores alternativos.



O risco de uma retaliação


O governo brasileiro reagiu à medida com firmeza. O presidente Lula anunciou que o Brasil poderá retaliar com base na Lei de Reciprocidade Comercial, e o Ministério das Relações Exteriores estuda recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC).


No entanto, uma retaliação direta também pode gerar efeitos colaterais. Para André Charone, é preciso cautela:


“Caso o Brasil reaja com novas tarifas, haverá aumento de preços internos em produtos americanos, como eletrônicos, peças automotivas, insumos industriais e medicamentos. Isso pode provocar repasse de preços ao consumidor e pressionar a inflação, especialmente em setores que dependem dessas importações.”




Desafios e alternativas estratégicas


O cenário exige agilidade por parte das empresas exportadoras brasileiras, que devem adotar medidas para mitigar os efeitos da tarifa. Entre as principais estratégias estão:


Diversificação de mercados externos, com foco em regiões que mantêm ou ampliam acordos comerciais com o Brasil.

Utilização de regimes aduaneiros especiais, como o Drawback, que permite isenção ou suspensão de tributos na importação de insumos utilizados na exportação.

Planejamento tributário e logístico, com revisão de contratos internacionais, análise de margens e alternativas de triangulação comercial legal via parceiros estratégicos.

Fortalecimento de parcerias comerciais com países da América Latina, Oriente Médio, Europa e Ásia, reduzindo a dependência do mercado norte-americano.


Para Charone, “o cenário exige inteligência tributária, diplomacia comercial e reposicionamento estratégico. As empresas que atuarem de forma proativa terão mais chance de preservar seus mercados e até abrir novas frentes. Já o Brasil, como país, precisa encarar a necessidade de uma política comercial mais ativa e menos vulnerável a decisões unilaterais”.




O que esperar daqui para frente


A medida de Trump, ainda que envolta em discursos eleitorais, tem potencial de causar sérios efeitos colaterais no comércio exterior brasileiro. Além dos prejuízos diretos para empresas e cadeias produtivas, o episódio reacende o debate sobre a necessidade de o Brasil avançar em acordos comerciais multilaterais, melhorar sua competitividade e fortalecer suas instituições comerciais internacionais.


“Enquanto os governos transformam o comércio internacional em palco político, quem corre o risco de pagar a conta, como sempre, é o consumidor”, finaliza André Charone.


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