A surpreendente manifestação de carinho do presidente americano Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu tanto a Casa Branca quanto o Planalto. Assessores palacianos e diplomatas esperavam que Lula e Trump se cumprimentassem apenas de forma cordial nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, que foi aberta pelo brasileiro e teve sequência com o discurso do americano.
No entanto, o abraço, acompanhado de um convite para uma conversa na semana seguinte, representou um gesto de aproximação muito mais significativo do que o mais otimista dos diplomatas brasileiros antecipava. Imediatamente após o término do discurso de Trump, representantes dos dois governos começaram as negociações para a conversa.
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que é bastante provável que Trump e Lula se comuniquem por telefone ou videoconferência. Vieira confirmou que Lula convidou Trump para participar da COP 30 em novembro. O que ele não mencionou, entretanto, é que tanto o Itamaraty quanto os assessores de Lula preferem que a reunião não ocorra de forma presencial. Eles temem que o presidente americano possa constranger o brasileiro, assim como fez com os líderes da Ucrânia e da África do Sul no Salão Oval da Casa Branca.
A reação de Trump ao se encontrar com Lula após o discurso do brasileiro na abertura da Assembleia Geral da ONU também surpreendeu membros da diplomacia dos Estados Unidos. Ao ouvirem o presidente americano elogiando Lula de maneira improvisada durante seu discurso, eles ficaram ainda mais surpresos. Amanda Robertson, porta-voz do Departamento de Estado, afirmou que nada disso estava agendado. "Foi tudo espontâneo, não estava planejado", declarou. A aproximação entre Trump e Lula, após meses de troca de farpas, acusações e sanções aplicadas por Washington, também é fruto dos esforços de empresários dos dois países que defendem uma relação mais pragmática.

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