O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolou um
projeto de lei que trata sobre a legalização do aborto no Brasil. No texto do
PL, a interrupção da gravidez poderá ser realizada nas doze primeiras semanas,
tanto pelo SUS quanto pela rede privada.
Após a 12º semana, há outros casos previstos, como em situações de violência
sexual ou de riscos à gestante ou ao bebê, desde que comprovados
clinicamente. A interrupção voluntária da gravidez não deve ser tratada
como um instrumento de controle de natalidade, mas um direito da mulher a
decidir sobre seu corpo. E sua legalização deve ser encarada como uma
"decisão política de acabar com a morte de milhares de mulheres pobres que
recorrem a cada ano ao aborto clandestino pela omissão do Estado", disse o
deputado.
Entretanto, o projeto garante que o médico tem o direito de se recusar a
realizar o aborto se a prática for contrária à sua consciência. No entanto o
profissional não pode ser recusar caso haja risco para a mulher ou um contexto
de urgência.
O parlamentar afirma que não há motivo "para que o aborto seguro seja
ilegal e as mulheres que o praticam, bem como aqueles e aquelas que as
assistem, sejam considerados criminosos ou criminosas (...) O único motivo para
isso é a vontade de uma parcela do sistema político e das instituições
religiosas de impor pela força suas crenças e preceitos morais ao conjunto da
população, ferindo a laicidade do Estado".
Ele apontou dados estatísticos de que anualmente 729 mil e 1 milhão de abortos inseguros sejam realizados no
Brasil. Ele citou uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília
(UnB), segundo a qual uma em cada sete mulheres brasileiras entre 18 e 39 anos
já realizou ao menos uma interrupção voluntária da gravidez.
O projeto determina também que o Ministério da Educação
(MEC) inclua no sistema educacional tópicos de educação reprodutiva, como
métodos contraceptivos e prevenção de DST-HIV, abusos sexuais e gravidez
indesejada. Ele cita, ainda, a aceitação e o reconhecimento da diversidade
sexual.

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