Apresentação faz parte da programação do 3° Fórum Negro de Arte e Cultura
O Coletivo
AFRO(en)CENA, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), traz para o
3° Fórum Negro de Artes e Cultura o espetáculo Travessias ... ciclos transatlântico, no dia 21 de março, às 19h, no Teatro
Martim Gonçalves. A montagem circula por Áfricas, dores, ancestralidade, história e resistência.
“Se perder
de si e se (re)encontrar mediante ao apagamento total de quem foi. A
perversa diáspora africana no Brasil acabou? Onde estamos? Como fomos
trazidos? O que fizeram de nós? Ciclos se abrem, se fecham, se
atravessam na tentativa de compreender quem são estas pessoas
afrodiaspóricas no Brasil”, descreve o diretor Tássio Ferreira.
Corpos em
resistência se expressam em uma cena contemporânea que se antepara e se
inspira na tradição. O espetáculo exercita a Pedagogia da Circularidade
Afrocênica, conceito em construção na pesquisa de doutorado
pelo PPGAC/UFBA do encenador Tássio Ferreira, que utiliza o conceito de
ciclos para contar as narrativas, tudo a partir da ancestralidade negra
do Sul da Bahia.
A montagem
passa por quatro ciclos: o primeiro, Mam'etu África, discute sobre a
África do nosso imaginário, antes da chegada do Colonizador branco; o
segundo, Travessar - nascidos no porão, narra o processo de invasão
e atravessamento do fluxo natural dos povos Bantu, a escravidão que se
anuncia, os nascimentos dentro do navio negreiro, os filhos da Kalunga,
nascidos na travessia.
No Terceiro
Ciclo, Silêncio do Invisível, o espetáculo retrata a escravidão no
Brasil, o apagamento e silenciamento identitário, a pele marcada pela
opressão, a perversão. Por fim, o quarto ciclo: Recomeçar? Os dias
que seguem. Neste último, é trazido o debate: a escravidão acabou?;
quais os novos mecanismos de opressão?; como ser homem/mulher negro/a no
Brasil? e na região Sul da Bahia?.
Travessias... ciclos transatlânticos
experimenta a estética afrocênica - que busca inspiração no Candomblé
Congo-Angola – e é atravessado pelas Áfricas de
cada intérprete. O Coletivo AFRO(en)CENA conta com estudantes da UFSB,
artistas da região Sul da Bahia, músicos, docentes dos três campi da
universidade e parcerias com entidades da cultura afro-brasileira de
Itabuna.
FNAC
Em 2019, o Fórum Negro de Arte e Cultura (FNAC) chega a terceira edição e será realizado de 18 a 22 de março em vários pontos da UFBA e traz como temática Xirê dos saberes: (Re) Conhecer, Existir,
uma relação à festa pública do Candomblé, onde os Orixás são
homenageados ao mesmo tempo. O fórum explorará a multiplicidade de
saberes afros em diversas perspectivas, tanto nas artes, quanto na
filosofia e outras linguagens.
Deflagrado
em 2017, pela Escola de Teatro, emerge de uma insatisfação coletiva -
dos estudantes da graduação, estudantes da pós-graduação e alguns
professores engajados - referente ao recalcamento dos conhecimentos
afro-referenciados na Universidade Federal da Bahia e práticas de um
racismo institucional em suas instâncias.
Nesta
terceira edição, o Fórum contará com várias ações durante os cinco dias
de evento, como oficinas, conferências, ciclos de leituras dramáticas,
Feira Afro, exposição de trabalhos acadêmicos, mesas de discussão,
painéis de artes, cinema negro e lançamentos de livros.
Esta edição
do evento homenageia o Teatro Experimental do Negro, de Abdias
Nascimento, que completa 75 Anos. No dia 22 de março, o performer
Milsoul Santos, artista representante das obras do Abdias e do Instituto
de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (IPEAFRO), do Rio de Janeiro,
apresentará o poema Padê de Exu Libertador.
As inscrições para participar destas ações ocorrerão pelo site https://www.even3.com.br/FNAC.
Já o credenciamento presencial para o FNAC ocorrerá no dia 18 de março,
das 08h às 16h, no Foyer do Teatro Martim Gonçalves, mediante a doação
de 1kg de alimento.
O 3° Fórum
Negro de Arte e Cultura (FNAC) é uma realização da Escola de Teatro , do
PPGAC, com o apoio da Pró-Reitoria de Ações Estudantis, da Pro-Reitoria
da Universidade Federal da Bahia, da FUNCEB e tem a coordenação
de Alexandra Dumas, Licko Turle e Stênio Soares. O PPGAC também apoia
financeiramente o FNAC.
Nesta
edição, o Fórum conta com a parceria da Escola de Dança, Escola de Belas
Artes, Escola de Música e o Instituto de Humanidades, Artes e Ciências
Professor Milton Santos (IHAC). A produção é de Luiz Antônio Sena
Jr, da DAGENTE Produções, e de André Araújo, da Escola de Teatro da
UFBA.
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